A "Sabe-Tudo"
Sabe-tudo era o apelido pelo qual todos os habitantes do bosque conheciam a tartaruga. Quem tivesse algum problema a resolver ou dúvida para esclarecer era só ir à casinha da Sabe-tudo, para ver seu caso resolvido.
Para dizer a verdade, a tartaruga passava as suas horas livres consultando livros e enciclopédias. Interessava-se por todos os temas existentes e por existir. Que curiosidade insaciável tinha ela!
- Desculpe-me, tartaruga, mas eu estava interessada em conhecer a ilha de Ceilão e... Diz timidamente a raposa.
- ... E não consegue encontrar a resposta, não é verdade? Bem, não se preocupe que já lhe explico, querida amiga, responde a tartaruga, com sua tradicional amabilidade. Vejamos. A ilha de Ceilão está situada no Oceano Índico, ao sul da Península Indostânica ou da atual Índia. Esclarecida a dúvida?
- Oh, obrigada, obrigada, Sabe... Quer dizer, amiga tartaruga! Responde embaraçada a raposa.
A Sabe-tudo sorri compreensiva. É claro que conhece a alcunha que os seus vizinhos lhe puseram. Isso não a incomoda, pois adivinha o sentimento de admiração que se esconde por trás dela.
Os anos passam e os conhecimentos da tartaruga tornam-se imensos, a tal ponto que ela começa a tornar-se exigente e crítica com os seus vizinhos. Com mania de perfeição, torna insuportável a vida dos outros. De uma amiga brilhante e admirada por todos converte-se em uma criatura amarga e insatisfeita que, além disso, recebe a hostilidade de quem a rodeia.
A modéstia é uma virtude muito necessária, sobretudo para aqueles superdotados, que se destacam pelo seu próprio brilho. Sem a modéstia, o conhecimento é inútil, pois não será repartido com os outros que o têm em menor quantidade.
O Macaco e o Golfinho
Quando as pessoas fazem uma viagem, muitas vezes levam seus cachorrinhos ou macaquinhos de estimação para ajudar a passar o tempo. Assim, um homem que voltava do Oriente para Atenas andava pelo navio levando um macaquinho de estimação. Quando estava próximo do litoral da Ática o navio foi atingido por uma grande tempestade e acabou virando. Todas as pessoas que estavam a bordo foram parar na água e começaram a nadar para tentar salvar a vida. O macaco também. Um golfinho viu o macaco e imaginou que fosse um homem; pôs o macaco nas costas e começou a nadar para a praia. Quando os dois iam chegando ao Pireu, que é o porto de Atenas, o golfinho perguntou ao macaco se ele era ateniense. O macaco respondeu que sim, e disse ainda que sua família era muito importante.
-Bom, nesse caso você conhece o Pireu – continuou o golfinho.
O macaco achou que o golfinho estava se referindo a alguma autoridade e respondeu:
-Claro, claro, somos muito amigos.
Ouvindo aquilo, o golfinho viu que estava sendo enganado. Aborrecido, mergulhou para o fundo do mar e em pouco tempo o pobre macaco se afogou.
Moral: certas pessoas, ignorantes da verdade, acham que podem fazer os outros engolir qualquer mentira.
O rapaz e a moça inconstante
Certo dia uma moça inconstante disse a um rapaz:
- Meu querido, muitos homens me adoram, muitos me querem, mas eu só amo você e rezo para ter você um dia. Não estou preocupada com riqueza, neste mundo só quero você.
E o rapaz respondeu, mesmo sabendo que ela era inconstante:
- Nós dois queremos a mesma coisa, pois meu coração chora por você. É verdade que você já me enganou um dia, mas adoro você e sempre vou adorar.
Foi assim que o rapaz ingênuo foi iludido pela moça inconstante.
Moral: Cuidado com quem diz que não quer seu dinheiro.
A rosa e a borboleta
Uma vez uma borboleta se apaixonou por uma linda rosa. A rosa ficou comovida, pois o pó das asas da borboleta formava um maravilhoso desenho em ouro e prata. Assim, quando a borboleta se aproximou voando da rosa e disse que a amava, a rosa ficou coradinha e aceitou o namoro. Depois de um longo noivado e muitas promessas de fidelidade, a borboleta deixou sua amada rosa. Mas ó desgraça! A borboleta só voltou muito tempo depois.
- É isso que você chama fidelidade? – choramingou a rosa. – Faz séculos que você partiu, e além disso você passa o tempo de namoro com todos os tipos de flores. Vi quando você beijou dona Gerânio, vi quando você deu voltinhas na dona Margarida até que dona Abelha chegou e expulsou você... Pena que ela não lhe deu uma boa ferroada!
- Fidelidade!? – riu a borboleta. – Assim que me afastei, vi o senhor Vento beijando você. Depois você deu o maior escândalo com o senhor Zangão e ficou dando trela para todo besourinho que passava por aqui. E ainda vem me falar em fidelidade!
Moral: Não espere fidelidade dos outros se não for fiel também.
As árvores e o machado
Um lenhador foi até a floresta pedir às árvores que lhe dessem um cabo para seu machado. As árvores acharam que não custava nada atender ao pedido do lenhador e na mesma hora resolveram fazer o que ele queria. Ficou decidido que o freixo, que era uma árvore comum e modesta, daria o que era necessário. Mas, assim que recebeu o que tinha pedido, o lenhador começou a atacar com seu machado tudo o que encontrava pela frente na floresta, derrubando as mais belas árvores. O carvalho, que só se deu conta da tragédia quando já era tarde demais para fazer alguma coisa, cochichou para o cedro:
- Foi um erro atender ao primeiro pedido que ele fez. Por que fomos sacrificar nosso humilde vizinho? Se não tivéssemos feito isso, quem sabe viveríamos muitos e muitos anos!
Moral: Quem trai os amigos pode estar cavando a própria cova.
O Asno e o Velho Pastor
Um pastor observava tranqüilo seu asno pastando em uma verde pradaria.
De repente ouviu ao longe os gritos de uma tropa inimiga que se aproximava rapidamente.
Ele rogou ao animal para que este corresse levando-o na garupa, o mais rápido que pudesse, a fim de que não fossem ambos capturados. O asno com calma, falou:
Por que eu deveria temer o inimigo? Você acha provável que o conquistador coloque em mim, além dos dois cestos de carga que carrego, outros dois?
Não - respondeu o pastor.
Então - disse o animal - contanto que eu carregue os dois cestos que já possuo, que diferença faz a quem estou servindo?
Moral: Ao mudar o governante, para o pobre, nada muda além do nome do seu novo senhor.
A velha e suas criadas
Uma viúva econômica e zelosa tinha duas empregadas. As empregadas da viúva trabalhavam, trabalhavam e trabalhavam. De manhã bem cedo tinham que pular da cama, pois sua velha patroa queria que começassem a trabalhar assim que o galo cantasse. As duas detestavam ter que levantar tão cedo, especialmente no inverno, e achavam que se o galo não acordasse a patroa tão cedo talvez pudessem dormir mais um pouco. Por isso pegaram o galo e torceram seu pescoço. Mas não estavam preparadas para as conseqüências do que fizeram. Porque o resultado foi que a patroa, sem o despertador do galo, passou a acordar as criadas ainda mais cedo e punha as duas para trabalhar no meio da noite.
Moral: Muita esperteza nem sempre dá certo.
A gralha vaidosa
Júpiter deu a notícia de que pretendia escolher um rei para os pássaros e marcou uma data para que todos eles comparecessem diante de seu trono. O mais bonito seria declarado rei.
Querendo arrumar-se o melhor possível, os pássaro foram tomar banho e alisar as penas às margens de um arroio. A gralha também estava lá no meio dos outros, só que tinha certeza de que nunca ia ser a escolhida, porque suas penas eram muito feias.
"Vamos ter que dar um jeito", pensou ela.
Depois que os outros pássaros foram embora, muitas penas ficaram caídas pelo chão; a gralha recolheu as mais bonitas e prendeu em volta do corpo. O resultado foi deslumbrante: nenhum pássaro era mais vistoso que ela. Quando o dia marcado chegou, os pássaros se reuniram diante do trono de Júpiter; Júpiter examinou todo mundo e escolheu a gralha par rei. Já ia fazer a declaração oficial quando todos os outros pássaros avançaram para o futuro rei e arrancaram suas penas falsa uma a uma, mostrando a gralha exatamente como ela era.
Moral: Belas penas não fazem belos pássaros.
A lebre e a tartaruga
Um dia uma tartaruga começou a contar vantagem dizendo que corria muito depressa, que a lebre era muito mole, e enquanto falava, a tartaruga ria e ria da lebre. Mas a lebre ficou mesmo impressionada foi quando a tartaruga resolveu apostar uma corrida com ela.
"Deve ser só de brincadeira!", pensou a lebre.
A raposa era o juiz e recebia as apostas. A corrida começou, e na mesma hora, claro, a lebre passou à frente da tartaruga. O dia estava quente, por isso lá pelo meio do caminho a lebre teve a idéia de brincar um pouco. Depois de brincar, resolveu tirar uma soneca à sombra fresquinha de uma árvore.
"Se por acaso a tartaruga me passar, é só correr um pouco e fico na frente de novo", pensou.
A lebre achava que não ia perder aquela corrida de jeito nenhum. Enquanto isso, lá vinha a tartaruga com seu jeitão, arrastando os pés, sempre na mesma velocidade, sem descansar nem uma vez, só pensando na chegada. Ora, a lebre dormiu tanto que esqueceu de prestar atenção na tartaruga. Quando ela acordou, cadê a tartaruga? Bem que a lebre se levantou e saiu zunindo, mas nem adiantava! De longe ela viu a tartaruga esperando por ela na linha de chegada.
Moral: Devagar e sempre se chega na frente.
Atividade enviada por Márcia Alexandra para Professores Solidários.
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ResponderExcluircadê as atividades relacionada ao texto?
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