Aguiri, menino da tribo Saterê-Mauê da área cultural do Tapajós-Madeira, tinha os olhos mais lindos e espertos que jamais se vira naquela região. Os pais agradeciam frequentemente ao Grande Espírito por essa graça singular. Muitas mães pediam ao céu que fizesse nascer também para elas um filho com olhos tão bonitos.
Aguiri se alimentava de frutas que colhia da floresta em cestos que sua mãe lhe fazia e gostava de partilhá-las com outros coleguinhas de jogos.
Certa feita, o menino dos olhos lindos distraiu-se na colheita das frutas, indo de árvore em árvore até afastar-se muito da maloca. Aí percebeu, com tristeza, que o sol já transmontara e que se fazia escuro na floresta.
Não achando mais o caminho de volta, decidiu então dormir no oco de uma grande árvore, protegido dos animais noturnos e perigosos. Mas não estava a salvo do temido Jurupari, um espírito malfazejo que vaga pela floresta, ameaçando quem anda sozinho. Ele também se alimenta de frutas. Mas tem o corpo peludo de morcego e o bico adunco de coruja.
Jurupari sentiu a presença de Aguiri e, sem maiores dificuldades, o localizou no oco da grande árvore. Atacou-o de pronto, sem permitir que pudesse esboçar qualquer defesa.
De noite, os e todas as mães que admiravam Aguiri ficaram cheios de preocupação. Ninguém conseguiu pregar o olho. Mal o sol raiou, os homens saíram pela mata afora em busca do menino. Depois de muito vaguear daqui e dali, finalmente encontraram seu cesto, cheio de frutas que ficaram intocadas. E no oco da grande árvore deram com o corpo já frio de Aguiri. Havia sido morto pelo terrível Jurupari, o espírito malfazejo.
Foi um lamento só. Especialmente choravam os curumins, seus colegas de folguedos. Eis que se ouviu no céu um grande trovão e um raio iluminou o corpo de Aguiri. Todos gritaram:
- É Tupã que se apiedou de nós. Ele vai nos devolver o menino.
Nisso se ouviu uma voz do céu, que dizia suavemente:
- Tomem os olhos de Aguiri e os plantem ao pé de uma árvore seca. Reguem esses olhos com as lágrimas dos coleguinhas. Elas farão germinar uma planta que trará felicidade a todos. Quem provar o seu suco, sentirá as energias renovadas e se encherá de entusiasmo para manter-se desperto e poder trabalhar incansavelmente. E assim foi feito.
Tempos depois, nasceu uma árvore, cujos frutos tinham a forma dos olhos bonitos e espertos de Aguiri. Fazendo do fruto um suco delicioso, todos da tribo sentiram grande energia e excitação.
Deram, então, àquela fruta, em homenagem ao curumim Aguiri, o nome de Guaraná, que em língua tupi significa “a árvore da vida e da vitalidade”. [...]
LEONARDO BOFF. O casamento entre o céu e a terra: contos dos povos indígenas do Brasil. Rio de Janeiro: Salamandra, 2001. p. 39-40
ESTUDO DO TEXTO
1- Escreva as frases na seqüência em que os fatos acontecem na história. Depois, observe as letras que antecedem cada frase e descubra o nome de uma planta.
R Jurupari ataca o menino.
Á Dos olhos de Aguiri, nasce o guaraná.
U A noite surpreende Aguiri fora da maloca.
A Aguiri dorme no oco de uma árvore.
A Os índios da aldeia encontram Aguiri morto.
G Aguiri sai para colher frutas.
N Uma voz ordena que plantem os olhos do menino.
2 – Releia: “Foi um lamento só. Especialmente choravam os curumins, seus colegas de folguedos”.
a) Quem eram os curumins?
b) Por que especialmente eles choraram?
3 – Transcreva do texto a passagem que mostra que Aguiri era generoso.
4 – Dê sua opinião:
Jurupari era um espírito malfazejo. E quem era Tupã?
5 – Faça um X na alternativa que explica o significado da expressão destacada: “Os pais agradeciam frequentemente ao Grande Espírito por essa graça singular”.
a) Divertimento original.
b) Dádiva especial.
c) Presente engraçado.
6 – Releia: “Aí percebeu, com tristeza, que o sol já transmontara e que se fazia escuro na floresta”. Assinale a alternativa correta:
a) O sol tinha nascido.
b) O sol estava a pino.
c) O sol se tinha posto.
7 – Transcreva do texto um sinônimo para as palavras destacadas.
a) Depois de muito perambular, encontraram o menino.
b) Aguiri dormiu no buraco de uma grande árvore.
c) As lágrimas fizeram brotar uma planta.
8 – Leia as frases retiradas do texto, grife os verbos que estão no pretérito. Em seguida reescreva-as usando o presente dos verbos.
a) Aguiri se alimentava de frutas que colhia da floresta em cestos que sua mãe lhe fazia e gostava de partilhá-las com outros coleguinhas de jogos.
b) Eis que se ouviu no céu um grande trovão e um raio iluminou o corpo de Aguiri.
c) Ninguém conseguiu pregar o olho.
d) Nisso se ouviu uma voz do céu, que dizia suavemente.
9 – Circule nas frases abaixo os advérbios de tempo:
a) Depois de muito vaguear daqui e dali, finalmente encontraram seu cesto.
b) Aguiri, menino da tribo Saterê-Mauê da área cultural do Tapajós-Madeira, tinha os olhos mais lindos e espertos que jamais se vira naquela região.
c) Tempos depois, nasceu uma árvore, cujos frutos tinham a forma dos olhos bonitos e espertos de Aguiri.
10 – Grife os advérbios das frases e reescreva-as, substituindo os advérbios por outros de sentido oposto. Quando necessário, altere o tempo verbal.
a) Tarde os amigos de Aguiri ficaram cheios de preocupação.
b) Depois de muito vaguear, encontraram seu cesto.
c) Os amigos de Aguiri ainda vão se convencer do acontecido.
d) Carlos fez aniversário ontem.
11) Leia o texto a seguir:
Eu achei essa historia muito legal alem de ser legal e uma historia muito interessante
ResponderExcluirAmei os seus textos. Ainda bem que tem pessoas que não guarda só para si coisas boas. Parabéns .
ResponderExcluiradorei
ResponderExcluirgostei muito dessa história me ajudou muito na Escola se não fosse esse blog não tinha acabado a lição de casa !
ResponderExcluirI really liked this blog I found out things I loved
ResponderExcluirEu estou estudando esse texto e tudo que esta nesse blog esta no meu caderno
ResponderExcluireu estou fazendo meu dever esse blog é ótimo
ResponderExcluirMe envia essa atividade
ResponderExcluir;)
ResponderExcluirMi ajudou muito porque eu perdi meu livro 📖 mais graças ao blog eu podi terminar minha cópia
ResponderExcluirEu também
ExcluirEu adorei!!
ResponderExcluirEu gostei muito
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