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Este blog foi criado para professores de 4º e 5º ano que encontram dificuldades para achar atividades. Algumas são criadas por mim e outras selecionadas dos grupos que participo. Se alguma atividade é de sua autoria me escreva para que dê os devidos créditos. Revise o conteúdo antes de utilizar. Não possuo os gabaritos. Tenho apenas as atividades.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

A Fábrica da Laranja

            - É tão bonito de se ver, tanto quanto um vaso de flores.
            - O quê, mamãe?
            - Uma cesta cheia de frutas.
            - Frutas, mamãe?
            - É isso mesmo.
            - Vou te contar uma estória sobre frutas.
            - Uma vez havia uma fruteira cheia de frutas na sala de minha avó. Eram tão lindas que eu imaginei que elas conversavam. Encostei minha cabeça na mesa para ouvir a conversa. Sabe o que estava acontecendo? Elas estavam brigando...
            - Brigando mamãe?
            - Sim, meu filho, brigando.
            - Dizia a banana para o mamão:
            - Você está vermelho demais, é de vergonha eu creio.
            - Nada disso - respondeu ele - pensa que não vi! Você está cheia de pêlos e muito branquinha, por isso tem inveja de mim porque eu sou corado.
            - Você não sabe nada... – respondeu a banana - não tenho pêlos seu bobinho, são as proteções para minha polpa.
            Enquanto isso a pêra empurrava o abacaxi reclamando:
            - Chega pra lá, você está arranhando a minha pele macia e delicada.
            - Cala a boca, sua chata. – respondeu o abacaxi – você é que quer ficar grudadinha em mim só para sentir o meu perfume gostoso. Vamos, fala a verdade!
            A pêra se afastou amuada. A ameixa reclamou da grosseria do abacaxi. A maçã foi logo se afastando para não entrar na confusão. O melão discutia com o cacho de uva que dizia:
            - Vou falar com a dona da fruteira. Ela precisa separar as frutas. Estas frutas espinhosas – olhou para o abacaxi – têm de ficar com as de cascas duras amarelas – e olhou para o melão. Senão as frutas delicadas como o mamão, a dona pêra, a dona maçã serão esmagadas.
            E assim continuaram a brigar, sem perceber a tristeza da laranja encostadinha neles. Pensava a laranja:
            - Ninguém gosta de mim. Sempre escolhem a banana, o mamão e a dona maça. Não devo ter graça nenhuma.
            Nesse momento entraram na sala de jantar, minha vovó, meu irmãozinho menor e o teu tio Pedro.
            Sentaram-se ao meu lado sem se importar comigo ali deitada fingindo que dormia.
            - Veja Pedro, - disse pegando a laranja na mão, - Esta é uma laranja. Quando você a pega na mão, assim, parece que não tem nada, não é mesmo?
            - Suco vovó.
            - Não meu querido, não é só isso. Veja o que a vovó vai fazer com uma laranja
            Pegou a laranja e cuidadosamente tirou a casca. Depois tirou gomo por gomo e colocou no pratinho.
            - Veja Pedro vou mostrar a você a fábrica de garrafinhas que a laranja tem.
            - Fábrica de garrafinhas?
            - Isso mesmo, veja.
            Com cuidado tirou a pele do gomo e foi tirando as garrafinhas cheias de suco.
            - Que coisa bonita vovó?
            - E agora vamos à casca. Vamos parti-la em tirinhas e deixá-las de molho e mais tarde farei tirinhas de casca de laranja açucaradas.
            - Puxa! quanta coisa não é vovó?
            - Ali, fingindo que dormia, meu filho, aprendi muito. Às vezes você está no meio de tantos e se sente nada. Mas sempre há alguém que vem e mostra a você o seu valor chegando ao seu coração.
            - Como a laranja mamãe?
            - Isso mesmo, filho.
            - Sabe meu querido, devemos comer de todas as frutas. É claro que há alguma que o seu corpinho não aceita.
            - É, eu sei, por causa da alergia não é mesmo?
            - Isso meu querido.
            - Sabe mamãe, lá na escola vamos fazer uma salada de frutas. Vou aproveitar para contar a estória para eles.
            Na fruteira a laranja estava feliz.
            - Puxa não sabia que eu tinha uma fabriquinha dentro de mim...
            E agora amiguinhos, vamos comer frutas?  
Marlene B. Cerviglieri  

          

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