Há muito, muito os índios não conheciam o fogo, alimentando-se de polpa de madeira, frutos silvestres e carne, que preparavam sobre pedras aquecidas pelo sol.
Certo dia, dois meninos Kaiapós caminhavam pela floresta, quando um deles percebeu, sobre um rochedo, um ninho de araras-vermelhas. Pediu ajuda ao companheiro para encostar um tronco na rocha, conseguindo assim alcançar o ninho. Mas, ao subir, esbarrou numa pedra, que caiu e feriu o amigo. Com raiva, o menino atingido tirou dali o tronco deixando o outro sem meios para descer.
Após algumas horas, apareceu no local uma onça macho. Ao ver a sombra do menino, a onça pôde localiza-lo sobre o rochedo, ao lado do ninho das araras-vermelhas, pássaros que sabiam carregar o fogo. Em troca de ajuda, a onça pediu que o menino lhe jogasse os filhotes. Concordando com a proposta, o índio pôde finalmente descer.
Por haver permanecido muito tempo exposto ao calor, o menino ficou muito corado, fazendo a onça crer que se tratava do filho do sol.Convidou-o para conhecer sua toca, onde a onça fêmea passava o dia assando carne ao fogo e fiando algodão. Apresentou–o a ela, pedindo que tratasse muito bem, e saiu em seguida para caçar. A fêmea, entretanto, pôs-se a ameaça-lo, rugindo e lhe mostrando os dentes.
Ao tomar conhecimento disso, a onça macho resolveu ensinar o menino a usar o arco e a flecha para que pudesse se proteger. No dia seguinte, assim que o macho saiu, a fêmea tentou atacar o índio, que, com muita habilidade, matou a inimiga à primeira flechada.
Ao voltar, a onça macho soube o que ocorrera, aprovando e elogiando o menino, que facilmente tudo havia aprendido. Pedi-lhe que voltasse à sua aldeia, levando o fuso e um tocha, e cuidasse para que a tocha não se apagasse.
Regressando aos seus, o indiozinho os ensinou a usar o fogo e depois a fiar algodão.
Em comemoração, fizeram uma grande festa, na qual o biju, a mandioca, a carne e o peixe foram preparados ao fogo, que mantiveram acesso por muito tempo, alimentando-o com lenha seca.
Certo dia, porém, a chuva apagou a chama, deixando todos muito tristes. Então, Begorotire, o homem-chuva, desceu do céu para ensinar-lhes a produzir fogo com dois pedaços de madeira: segurando, com os pés, as extremidades de um deles, que deveria ter um orifício no centro, fariam girar entre as mãos o outro, encaixando no primeiro, até o fogo surgir.
Neste dia, voltou a alegria entre os índio Kaiapós.
Walde-Mar de Andrade e Silva,Lendas e mitos dos índio brasileiros. São Paulo, FTD
Identificação do foco narrativo
01. O texto que você leu está narrado em
( ) 1ª pessoa
( ) 3ª pessoa
Justifique sua resposta:
.
Vocabulário – uso do dicionário
02. Reescreva as frases, substituindo as palavras grifadas por outras de mesmo significado, de acordo com o texto:
a) “...alimentando-se de polpa de madeira.”
b) “...pediu-lhe que voltasse à sua aldeia, levando o fuso...”
Organização de fatos na ordem que aconteceram
Parágrafo
Parágrafo
03. a) Numere os parágrafos do texto. Ele tem_______ parágrafos.
b) Releia o 3ºparágrafo e numere os fatos abaixo, na ordem em que aconteceram.
( ) Em troca de ajuda, a onça pediu o menino lhe jogasse os filhotes de arara.
( ) Após algumas horas, apareceu no local uma onça macho.
( ) A onça localizou o menino ao ver sua sombra sobre o rochedo.
( ) O índio concordou com a proposta e finalmente pôde descer.
Interpretação de texto
04. A pedra caiu e feriu o amigo.
( ) O índio percebeu que a pedra caiu por acidente.
( ) O índio percebeu que a arara jogou a pedra.
( ) Índio achou que o colega jogou a pedra de propósito.
05. As lendas são histórias utilizadas para explicar algum fato ou acontecimento.
O que essa lenda tenta explicar?
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