Bem-vindos!!!!

Este blog foi criado para professores de 4º e 5º ano que encontram dificuldades para achar atividades. Algumas são criadas por mim e outras selecionadas dos grupos que participo. Se alguma atividade é de sua autoria me escreva para que dê os devidos créditos. Revise o conteúdo antes de utilizar. Não possuo os gabaritos. Tenho apenas as atividades.

domingo, 28 de agosto de 2011

João-de-Barro Engenheiro


           Dona Graúna era a professora velha e boazinha que ensinava às avezinhas da floresta a ler, escrever e contar. Tinha os olhos pequenos e óculos enorme por cima do nariz e, quando se zangava, ficava de cara vermelha e agitava as asas.
            Acontece que, quase sempre, dona Graúna estava de cara vermelha e agitando as asas, porque todos os seus alunos eram levados da breca. Todos, não. Havia Joãozinho, um pássaro pardo e estudioso, que ficava quieto, prestando atenção à aula, enquanto os outros faziam estrepolia.
            Dona Graúna elogiava: “Este Joãozinho vai longe... É aluno como os do meu tempo”. E aí ficava falando duas horas de como era no tempo dela.
            Enquanto os outros alunos pintavam os nomes nas paredes, saltitavam de carteira em carteira, cochichavam recados, sujavam os móveis e faziam artimanhas, o Joãozinho estudava.
            E, quando não estava na aula estudando, quase nunca acompanhava os colegas pelos passeios na floresta. Tinha uma mania esquisita e todos riam dele. Joãozinho gostava de ficar brincando com barro. Ia para a  beira dos regatos e ficava amassando barro, bom o bico, fazendo coisas. Um dia, quando o Pintassilguinho o viu brincando, pôs-lhe um apelido gozado: João-de-Barro. Depois disto, todo o mundo na escola passou a chamá-lo assim. Mas Joãozinho não se importava com o apelido e, para dizer bem a verdade até gostava dele.
            Uma manhã, saiu de casa com aqueles planos todos e, escolhendo um jenipapeiro bem bonito, começou a trabalhar. Ia ao regato, amassava barro e o trazia no bico, até o galho escolhido, no pé de jenipapo. Seus antigos colegas, como sempre, passaram por ali e riam dele. Achavam muito engraçado aquelas paredes fracas que o Joãozinho estava erguendo, no alto da árvore.
            Mas, depois de um mês, ninguém mais ria. Até pelo contrário, todos tinham os olhos arregalados de espanto: Joãozinho havia construído, no alto da árvore, um palacete, com dois andares, portas e tudo. E havia se mudado de um feio ninho de capim – como os de todos os seus amigos – para aquela casinha linda!
            Ah! Aí é que foi. Nunca a passarela da floresta teve tanta inveja. Mas o que fazer? Nenhum dos outros passarinhos tinha sido bom estudante e nem tinha conhecimentos e técnica para fazer planos e projetar uma casinha daquelas. E tiveram mesmo de se contentar em continuar vivendo em ninhos de capim.
            Até hoje, só João mora em casa de barro sólida e bonita. E é o único pássaro arquiteto da natureza.


VOCABULÁRIO

1.    Assinale  a expressão que tem o mesmo significado das expressões abaixo:
a)    Todos os alunos de dona Graúna eram levados da breca.
(     ) eram muito comportados.                (     ) eram um pouco bagunceiros
(     ) eram muito bagunceiros
b)    “...e, para dizer bem  a verdade até gostava dele”.
      (     ) falar francamente                  (     ) falar com alegria              (     ) falar com tristeza

c)    Dona Graúna agitava as asas quando se zangava.
      (     ) fechava as asas                     (     ) encolhia-se toda              (     ) mexia as asas

2.    Numere a 2ª coluna de acordo com a 1ª, observando os antônimos:
(Cuidado! Vão sobrar parênteses!)

( 1 ) velha                                   (     ) terminou                     
( 2 ) estudioso                            (     ) falavam alto
( 3 ) cochichavam                     (     ) iniciou
( 4 ) trazia                                   (     ) falavam baixo
( 5 ) começou                            (     ) vadio
                                                     (     ) nova
                                                     (     ) levava



INTERPRETAÇÃO DO TEXTO

1.    Leia atentamente o texto.
2.    Complete:
O texto é formado de ____ parágrafos. Numere-os.

3.    Copie do texto o elogio de Dona Graúna a João-de-Barro.
____________________________________________________________________________________________________________________________________________


4.    Numere de 1 a 5, pela ordem dos acontecimentos no texto:
(     ) Os pássaros sentem inveja de João-de-Barro.
(     ) João-de-Barro inicia a construção de sua casa.
(     ) Os pássaros zombam de João-de-Barro.
(     ) João-de-Barro passa a morar numa casa de barro.
(     ) João-de-Barro dedica-se ao estudo.


5.    Numere a 2ª coluna pela 1ª:
( 1 ) Os pássaros sentiram inveja de Joãozinho      (   ) porque ele era bom aluno.
( 2 ) Dona Graúna elogia Joãozinho                          (   ) quando viram sua casa.
( 3 ) Os outros pássaros brincavam                           (   ) depois que construiu sua nova casa
( 4 ) João-de-Barro deixou o ninho de capim           (   ) porque  não   se  interessava  pelos
                                                                                                 estudos.


 Flavia Carias - Professores Solidários

As duas cargas

          Dois burros caminhavam lado a lado, um com uma carga de açúcar, outro com carga de algodão.
            O primeiro era considerado uma criatura de grande saber e via-se forçado, até mesmo, a andar de óculos, por ter o costume de ler à noite sob a pouca luz da estrebaria.
            Com sua previdência habitual, chamou a atenção para os acidentes do caminho, aconselhando cautela, ao que o outro retrucou:
            -- Não há perigo. Basta seguirmos os rastros de quem já passou por aqui.
            -- É preciso não esquecer - disse o de óculos - que por onde passou um,  pode não passar um outro.
            -- Ora, que bobagem! Pois se já seguiram esta trilha vários outros na nossa frente e nada lhes aconteceu, nada nos acontecerá também.
            -- Não, amigo, não penso assim. Acredite, sou mais velho que você, mais experiente, e sei que nem sempre o que é bom para alguém é bom para os demais.
            Neste ponto alcançaram um rio cuja ponte havia caído naquela manhã.
            -- Que faremos? Perguntou o burro do algodão.
            -- O jeito é passar a vau - respondeu o outro. E, assim dizendo, lançou-se na correnteza. Como o açúcar dissolvia-se na água, pôde chegar tranqüilamente à margem oposta.
            O burro do algodão, teimosamente, pensou:
            -- Se ele passou, também eu passarei - e meteu-se no rio.
            Mas sua carga, em vez de dissolver-se, como o açúcar, cresceu, inchou, aumentou tanto de peso, que o pobre burro acabou por afundar.
            Enquanto isso, já na margem oposta, pensava com seus botões o burro sábio:
            -- Ah, amigo, bem que lhe dizia! É inútil seguir as pegadas alheias! Cada qual deve trilhar o seu próprio caminho.
                                               Versão da Generali do Brasil, inspirada nas Fábulas  de Monteiro Lobato, Ed. Brasiliense.

VOCÊ ENTENDEU BEM O TEXTO?

1 - Quais são os personagens do texto? 

2 - Você deve ter percebido que, no texto, os burros pensam de maneira diferente. Aponte a diferença: 

3 - Que conselho o burro sábio e precavido deu ao companheiro?

4 - O conselho foi bem aceito pelo outro burro? Comprove sua resposta com uma frase do texto: 
5 - No sétimo parágrafo, o burro experiente tentou convencer o amigo:
(    ) com agressividade                    (    ) aos berros              (    ) com calma

6 - Transcreva o parágrafo do texto que narra o insucesso do burro do algodão: 
7 - A causa maior do afogamento do burro do algodão foi:
(    ) sua calma                                         (    ) sua pressa                              
(    ) sua teimosia                                    (    ) a profundeza do rio

8 - Na expressão  “o pobre burro acabou por afundar”, o adjetivo pobre significa:
(    ) sem dinheiro                              (    ) infeliz

9 - A idéia central está  expressa (ou repetida) no texto três vezes, mas com palavras diferentes. Assinale abaixo os três itens que trazem a idéia central do texto:
(    ) “Não há perigo. Basta seguirmos os rastros de quem já passou por aqui.”
(    ) “... por onde passou um, pode não passar um outro.”
(    ) “... sei que nem sempre o que é bom para alguém é bom para os demais.”
(    ) “Se ele passou, também eu passarei.”
(    ) “É inútil seguir as pegadas alheias! Cada qual deve trilhar o seu próprio caminho.”

10 - Qual é a mensagem da fábula? Comente:

11 - Na sua opinião, o que pode acontecer às pessoas que tomam atitudes baseadas apenas em experiências alheias? Devemos levar em conta também as experiências e conselhos dos outros? Explique. _

12 - Explique o sentido das expressões:
                                   “Maria-vai-com-as-outras.”

                                   “As aparências enganam"


 Flávia Carias - Professores Solidários

quarta-feira, 24 de agosto de 2011



Queridos, agradeço todos os comentários que vocês têm feito aqui no blog. Fico muito feliz que ele esteja sendo uma ferramenta útil para vocês. Obrigada pelo carinho!!!!! Isto é um grande incentivo para mim.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

A Aposta


             Amélia é uma velhinha muito ativa e trabalhadeira. Um dia ela entrou no ônibus carregando uma cesta. O cobrador ouviu um barulho e perguntou-lhe:
                 — A senhora está levando uma galinha na cesta?
                  Amélia pensou, pensou e respondeu:
                 — Hum... Galinha? Não... Não há galinha nenhuma na cesta.
                 O cobrador insistiu tanto que Amélia resolveu fazer uma aposta:
                 — Senhor cobrador, se for galinha, eu desço agora do ônibus... Se não for, eu viajo de
graça.
                 — Muito bem! – disse o cobrador confiante. – Concordo!
                  Amélia, então, levantou a tampa da cesta e um galo de crista bem vermelhinha cantou satisfeito:
                 — Cocorocó!...
                 — Viu só? Eu não disse que não era galinha?!
                 O cobrador riu e deixou a velhinha viajar de graça.
                                                               Luciana M. M. Passos. Adaptação de conto popular.


1-Responda:

a)    Qual o nome do personagem principal?

b)    Qual a profissão do outro personagem?

c)    Quantos parágrafos têm esse texto?

d)    Onde se passa a história?

e)    Escreva a sua opinião sobre Amélia, sobre o cobrador e sobre a situação vivida por eles na história.

f)     Você acha que é permitido carregar animais em veículo de transporte público? Por quê?

g)    Você já presenciou uma situação como a da história dentro de um ônibus? Se a resposta for positiva, descreva como aconteceu!

2. Substitua as palavras em destaque por sinônimos tirados do texto:
a) A velhinha é esperta.
______________________
b) O cobrador teimou.
__________________________
c) — Muito bem! – disse o cobrador seguro.
__________________
3. Escreva o antônimo das palavras abaixo:
a) barulho ____________________________
b) desço _______________________________
c) satisfeito ____________________________
d) concordo __________________________

4. Escreva as palavras no plural:
a) nuvem _______________________
b) gás ____________________________
c) quintal _________________________________
d) anel ________________________


5. Reescreva as frases no singular:

a)    Os girassóis estão cheios de formigas.

b)    Os anéis enfeitam as mãos.

c)    Os pires das xícaras são azuis.

d)    Os cães dormem nos canis dos quintais.

6-.Escreva as palavras no diminutivo:
a) amigo ______________________________
b) menina __________________________
c) irmão __________________________
d) chinelo ______________________________

7. Escreva as palavras no aumentativo:
a) sofá _____________________
b) tatu  __________________
c) boca _____________________
d) barca ________________________

8. Se a palavra estiver no feminino, reescreva-a no masculino. Se a palavra estiver no masculino, reescreva-a no feminino:
a) irmão _________________________
b) imperatriz  _____________________
c) rei  __________________________
d) cão  _______________________

9. Complete as frases com “cumprimento(s)”, “comprimento”, “sexta” ou “cesta”:

a) Chapeuzinho Vermelho levava uma _________ de frutas para a vovó.
b) Os noivos receberão os ___________ na Igreja.
c) Luiza é a ________ aluna da fila.
d) O que importa é o ___________ do nosso dever.
e) A parede tinha dois metros de ___________.

10. Substitua as locuções adjetivas pelos adjetivos equivalentes:
a) amor de mãe ________
b) rosto de anjo _________
c) proteção de pai ______________
d) azul do céu ____________________
e) aula de noite _______________

Marta Bernardes - Professores Solidários

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Meu irmãozinho me atrapalha


       Eu tenho um irmãozinho que se chama Pedro. A gente chama ele de Pedrinho. Ele é bem bonitinho e eu gosto muito dele. Acho que eu gosto.
Antes que ele nascesse eu vivia chateando a minha mãe pra ela me arranjar um irmãozinho. Eu até andava pra trás, porque quando uma criança anda pra trás, é porque ela vai ganhar um irmãozinho.
E fui eu que escolhi o nome dele: Pedro, que é o nome do meu melhor amigo. E no dia que ele nasceu, eu fui no hospital visitar minha mãe e meu pai botou ele no meu colo! E ele era tão pequenininho! Eu até achei que eu tinha que tomar conta dele sempre!
Mas às vezes, meu irmãozinho me atrapalha!
Ele é muito pequeno e não sabe brincar das coisas que eu sei!
E ele se mete nas minhas brincadeiras e atrapalha tudo!
E a minha mãe fica me enchendo, que ela quer que eu leve ele pra todo lugar que eu vou: pra brincar na areia, pras festas de aniversário, pra ir ao shopping com meu pai.
Quando a gente sai na rua, todo mundo fica dizendo:
“Que bonitinho!”
“Que engraçadinho!”
Eu não acho graça nenhuma, que eu quero andar depressa e ele não sabe andar depressa...
E se eu quero comprar alguma coisa a minha mãe diz:
“Você já ganhou um presente hoje! Agora é a vez do Pedrinho!”
Antigamente, meu pai me contava uma história, antes de dormir.
Mas agora, ele não quer fazer barulho, pro Pedrinho não acordar!
Então ele me leva pra sala, pra contar histórias, e eu acabo dormindo no sofá!
E os meus tios e os meus primos, quando eu chego na casa da vovó, só ficam brincando com o Pedrinho e não ligam mais pra mim...
E quando o Pedrinho fica doente? Todo mundo só quer saber dele, só manda eu ficar quieto, pra não acordar ele, e todo mundo traz presentes pra ele e esquece de me trazer presentes...
Mas no outro dia eu estava um pouquinho doente. Aí minha mãe nem foi trabalhar pra ficar comigo e a minha tia passou o dia todo me agradando e meu pai me trouxe um monte de brinquedos.
É! Aquele dia foi bom!
Também foi bom no outro dia, quando a vovó veio lá em casa, e todo mundo estava fazendo festa pro Pedrinho, e ela disse:
“Eu quero é ver o Miguel! Que eu gosto muito do Miguel!”
Aí minha avó me pegou no colo, me contou um monte de histórias e disse que eu já estava ficando muito grande e muito bonito!
Ela até falou que ela gostava de brincar comigo, porque eu sei brincar de uma porção de coisas, que o Pedrinho ainda não sabe.
E quando meu amigo veio na minha casa e disse que não queria brincar com o Pedrinho que ele era chato, eu fiquei louco da vida e disse que meu irmão não era chato, nada! Só se fosse o irmão dele!
Porque o Pedrinho é bem bacana!
Ele anda de um jeito diferente, e ele fala umas coisas engraçadas. Ele brinca comigo de carrinho e de pegador e a gente joga bola junto
E eu boto ele no carrinho de brinquedo e empurro pela casa toda, e ele ri muito e eu também.
Está certo que às vezes criança pequena atrapalha.
Mas também, às vezes, criança pequena é bem divertida!
E sabe de uma coisa?
Eu não acho que eu gosto dele.
Eu sei que eu gosto muito, muito mesmo do meu irmãozinho!
Ruth Rocha



2.    Interpretação:

a)    O texto que você acabou de ler é uma narrativa. Que tipo de narrativa é apresentada? Retire uma frase do mesmo que justifique a sua resposta.
b)    Quem escolheu o nome do irmãozinho e por quê?

c)    Relacione o título do texto com a história:

d)    Você acredita realmente que Miguel não goste de seu irmão? Justifique sua resposta:
e)    Você tem irmão ou irmã? Como é o relacionamento entre vocês?

f)     Se a resposta anterior foi negativa, gostaria de ter um irmão ou irmã? Por quê?

3.    Redação:

Crie uma narrativa onde você possa descrever as características de um amigo ou amiga que você considera como irmão.

- Quem é essa pessoa? Onde a conheceu? Há quanto tempo a conhece?

- Faça a descrição dessa pessoa.

- Qual a importância dessa pessoa na sua vida?

Claudia Oliveira - Professores Solidários

Coração Conta Diferente

         —Ai...
         —O que é que você tem, Tiago?
         Quem falou ai fui eu. Quem me perguntou o que é que eu tinha foi o Renato, que fica sen­tado do meu lado e pode vigiar tudo o que faço. Ele deve ter pensado que alguma coisa estava doendo. Mas esse ai não era de dor.
         Então, suspirei de novo, mas agora sem falar nada. Esse suspiro saiu como um sopro, que balançou as folhas do meu caderno. E pra dentro, baixinho, pra ninguém escutar, eu gemi: Ai, Adriana...
         É que ela levantou para ir ao quadro. Logo hoje que ela soltou o cabelo comprido daquele rabo-de-cavalo que ela costuma usar. O cabelo dela é tão lindo... Parece de seda e tem um brilho que eu ia dizer que parece o Sol. Mas a Adriana tem cabelos pretos e Sol moreno fica meio esquisito.
7x5 =45...
         — Tá errado, tia! Tá errado! — gritou toda esganiçada a Catarina.
         A tia então mandou a Adriana sentar. A Catarina correu e meteu o apagador em cima daqueles números tão bem desenhados, corrigindo com um 35 tão sem graça quanto a sua voz.
         Adriana voltou pro lugar dela e eu nem pude ver se ela estava com a cara muito vermelha. Ela ficou com a cabeça abaixada um tempão. Eu senti que ela estava triste e fiquei muito triste também. Aí, arranquei a beiradinha da última página do meu caderno e escrevi:
         Não liga, Adriana. O 45 que você escreve é tão lindo quanto o seu cabelo.
         Dobrei meu bilhete. Fiz bem depressa uma bolinha com o bilhete dobrado, mirei e joguei. Ela caiu no colo da Adriana.
         Meu coração bateu depressa. Ai, ai, ai, meu coração martelando tantos ais no peito. A Adriana foi desamassando o bilhete bem devagar. Ela leu, depois guardou dentro do estojo. Nem olhou pro meu lado. De repente me lembrei de uma coisa terrível: EU NÃO TINHA POSTO O MEU NOME NO PAPEL!
         Nisso, a tia me chamou. Eu só pensava naquela confusão.
         —Tá errado! Tá errado! Deixa eu fazer, tia?
         Eu olhei pro quadro e entendi... 8 x 6 = 36... A tia me mandou sentar. Fui, morrendo de sem graça.
         Cheguei na minha carteira e vi uma bolinha  de papel bem em cima do meu caderno. Quando ninguém estava mais olhando, eu disfarcei e abri:
         Eu também me amarro no seu 36.
         No cantinho do papel estava assinado: Adriana


Coração conta diferente.Lino de Albergaria São Paulo: Scipione, 1992.

ESTUDO DO TEXTO

1- Analise o texto lido e use V (verdadeiro) ou F (falso):

(      ) O texto é uma narrativa.
(      ) O texto pode ser considerado um poema porque está escrito em versos.
(      ) O autor transcreve as falas das personagens, por meio do discurso direto.
(      ) O narrador é personagem porque participa das ações da história contada.
(      ) O narrador é observador, porque não participa da história contada.

2-      Espaço: indica onde as ações da narrativa acontecem.
          Tempo: indica em qual momento as ações narradas acontecem.
         Assinale com um X as alternativas corretas, observando a explicação dada.
(      ) O espaço é uma praça da cidade.
(      ) O espaço é a sala de aula.
(      ) O espaço das ações é durante a aula de matemática.
(      ) O tempo da narrativa é durante uma aula de Matemática.
(      ) O tempo da narrativa é durante uma aula de Português.

3- Faça a correspondência, de acordo com o texto:
(A) Tiago                    (      ) Tem lindos cabelos pretos.
(B) Renato                 (       ) Narra a história.
(C) Adriana                (       )  Senta-se  próximo ao narrador.
(D) Catarina               (       ) Tem a voz esganiçada.

4- No 2º parágrafo o narrador explica que o “ai” que ele disse não era de dor. De acordo com o texto, o que significa esse “ai”?


5- Como a professora da turma é tratada no texto?

6- O narrador ia comparar o brilho dos cabelos de Adriana com o Sol, mas desiste. Retire do texto a frase que indica porque a comparação não era boa.


7- Qual personagem do texto descobre o erro de Adriana e corrige os números no quadro?


8- Adriana descobriu quem tinha escrito o bilhete para ela? Escreva como você chegou a essa conclusão?

9- Enumere as ações de acordo com o texto:
(      ) Tiago escreve um bilhete e o joga  para Adriana.
(      ) Catarina grita que a reposta de Adriana está errada.
(      ) Tiago observa Adriana escrevendo no quadro e suspira.
(      ) Adriana erra a resposta.
(      ) Tiago vai  ao quadro e também erra a resposta.
(      ) Adriana retorna para sua carteira e fica de cabeça baixa.
(      ) Adriana responde Tiago escrevendo um bilhete para ele.

10-     A gíria é uma forma de expressão oral ou escrita, usada por determinados grupos em situação de intimidade. Ela faz parte da linguagem coloquial.
         As gírias devem ser evitadas em situações formais ou cerimoniosas porque nessas ocasiões deve-se utilizar a linguagem padrão que obedece às regras da Língua Portuguesa.

Ø  A partir das informações dadas acima, responda:

a)- Adriana usa uma gíria no bilhete que escreve para Tiago. Que expressão indica essa gíria?

b)- Por que foi possível o uso da linguagem coloquial no bilhete escrito por Adriana?


c)-   Reescreva o bilhete de Adriana substituindo a gíria por uma expressão da linguagem padrão, sem alterar o sentido da mensagem.

Renata Apta - Professores Solidários